O trabalho com leitura e escrita de gêneros textuais específicos tem como objetivo ajudar na ampliação do repertório linguístico, pois a articulação entre o que se pensa/fala/escreve e lê passa por muitas interpretações e transposições que precisam ser dominadas justamente pela necessidade de comunicação. E se a finalidade primeira é desenvolver a capacidade de se comunicar, quando as atividades envolvem intenções comunicativas, mais significativa será a vivência.
Tendo isso em mente, ao invés de considerar a leitura e a escrita como algo desvinculado da vida da criança é possível que as mesmas sejam inseridas no contexto escolar e social. Portanto cabe ao professor além de proporcionar elementos de aprendizagem por ele oferecidos, captar os interesses dos educandos e a realidade da própria escola tentando resignificar determinados momentos da rotina.
A sequenciada apresentada a seguir tem essas características, pois foi tomando corpo a medida que os interesses e as necessidades se revelaram.
Teve início quando eu e Márcia, a partir de uma excelente experiência que realizamos com horta ano passado, resolvemos convidar os alunos do 1º ano E para fazer o mesmo este ano. Como nem todos a conheciam sugeri que ela nos deixasse um bilhete para que eles tentassem ler convidando- os:

Isso impulsionou o primeiro contato que tiveram com uma escrita claramente para comunicação. Fomos até lá conversar e conhecer a Márcia, e o espaço que ela estava preparando para o trabalho.
Eles ficarem muito animados, perguntaram várias coisas, inclusive exercitando sua oralidade com um adulto diferente. Saíram de lá com a promessa de que quando tudo estivesse pronto receberíamos a notícia.
Então no dia da plantação chegamos na sala e tinha um novo bilhete.


Após lermos o bilhete já descemos para plantar. Porém, conforme os grupos esperavam para semear o que foi destinado a eles a turma do 5º ano da professora Adriana passou por lá e foi até a quadra para realizar o lançamento dos foguetes que confeccionaram. Eu não tive como ignorar o fato de que naquele momento eles estavam mais interessados nos foguetes do que na horta e fomos até lá assistir. A turma muito atenciosa não somente permitiu que o fizéssemos como também nos convidou para participar. Os alunos mais velhos paciente e carinhosamente ensinaram os menores, que ficaram extasiados.
Voltando para sala, como eles estavam tão empolgados com todas as vivências e super agradecidos pela turma ter nos proporcionado aquele momento, sugeri que escrevêssemos coletivamente um bilhete de agradecimento para a turma, e foi então o primeiro contato deles com a escrita de um bilhete (gênero textual em curso no segundo trimestre). Rapidamente e entusiasticamente eles concordaram e após escrevermos assinaram e fizeram uma ilustração para presentear os colegas que os ensinaram.
A partir de então começamos a escrever bilhetes e criamos um mural para eles, inclusive impulsionado pela atividade do 1o ano F que confeccionou um bilhete no qual inspiramos nossas escritas. Também trocamos bilhetes com essa mesma turma e com a professora Ana Zamaro
CONFIRAM AINDA BLOG DA ESCOLA A UTILIZAÇÃO DOS ALIMENTOS DA HORTA NA ELABORAÇÃO DE UMA RECEITA COM A PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS:
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Essa sequência de fatos demonstra o seu cuidado com relação à percepção simultânea na linha do tempo e espaço. Fantástico trabalho, para variar, não Cris?!
E a questão do registro, que considero trabalhoso, acaba sendo subsídio rico para educadores.
Parabéns.
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