Por Cris Akemi
A apreciação de obras de arte no Brasil, talvez até no mundo, infelizmente carrega uma “aura” elitista. Sendo assim, as vezes a escola é o lugar onde a criança é apresentada às artes plásticas, e o único onde tomará contato com elas, principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental.
Acontece que nem todas as famílias ou escolas dão valor a esse trabalho, talvez até por essa condição em que a arte está no país, por falta de conhecimento dessa importância, ou da existência de certas referências estéticas. Em consequência disso algumas comunidades não chegam a produzir consciência do seu gosto estético, por não estar presente no seu cotidiano, muito embora atualmente os meios de comunicação tornaram mais acessíveis esse tipo de arte, nem que seja de maneira inconsciente.
Pensando nesse tipo de abordagem, decidi fazer uma apresentação, informal, ao segundo ano do ciclo inicial, de obras de arte de épocas e escolas distintas e de temas também, justamente para orienta-los na elaboração dessa percepção estética e do desenvolvimento de suas preferências. Durante a apreciação sugeri que opinassem sobre o que sentiam sobre cada obra, procurando definir um adjetivo que pudesse representar esse sentimento. Surgiram várias observações interessantes e fomos analisando coletivamente o que causava tais impressões.
No momento posterior eles votaram em dois quadros, a meu pedido, um que fosse o mais alegre e o mais triste, segundo a interpretação deles. Foi quando propus que se colocassem no lugar do pintor e tentassem reproduzir em um desenho os dois quadros escolhidos, mas imaginando que o autor quisesse passar o sentimento oposto transformando a tristeza em alegria e vice -versa.
Nota-se que fizeram uso dos conhecimentos discutidos durante a apreciação e a análise das obras, pois uns optaram pela troca de cores frias em quentes, ou colorido em monocromático, já outros se atentaram as expressões das pessoas retratadas, tanto que alguns desenhos modificam o quadro triste esboçando sorrisos.
Quando iniciamos o trabalho não imaginava que aprenderiamos tanto.